Qual a dimensão do risco ambiental? - Hauer & Esmanhotto

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Qual a dimensão do risco ambiental?

Até recentemente, a ciência ocidental seguia o método de Descartes – reducionismo – pelo qual cada elemento é reduzido à sua expressão menor, permitindo que a análise respectiva o defina de forma absoluta. Tal método, contudo, equivale a do desmonte de um relógio, com cujas peças ele será remontado, o que nem sempre dá certo, porém.

Aos poucos, entretanto, a ciência percebeu que se cada elemento per se constituía um evento independente, mais correto seria considerá-lo um sistema, parte de outros sistemas interconectados de forma não linear, significando dizer que qualquer alteração em um desses sistemas, traria consequências a todos os demais sistemas aos quais estivesse conectado. A isto passou-se denominar “visão sistêmica da vida”, o que será abordado adiante para melhor entendimento.

Em sendo assim, falar-se de risco ambiental, significa levar em conta os sistemas a ele ligados, principalmente o econômico, objeto deste estudo. Daí que temas, aparentemente, estranhos ao título fazem dele parte integrante, porquanto suas conclusões tem a ver com o seguimento da análise do risco ambiental em seu todo.

SISTEMA AMBIENTAL

Não há dúvida de que existe risco ambiental à sobrevivência da espécie “Sapiens”. A natureza poderá extingui-la por meio das alterações em curso no ecossistema, o que vem sendo observado e vivenciado por todos. É natural que nos culpemos pelo aquecimento global, pela destruição da camada de ozônio, assim como pelas demais calamidades infligidas à natureza. Mas, seriam os humanos os únicos responsáveis? O planeta é um ente vivo que evolui em ciclos ou eras. O mundo já foi coberto de gelo (período criogeniano) só derretido há cerca de um milhão de anos. Nessa época, os humanos eram raros, portanto não poderiam ter influído em alterações do clima. Por outro lado, diz-se que  o deserto do Saara já foi floresta tropical como provam fósseis lá encontrados, inclusive, troncos de árvores petrificados o que, sem dúvida, não teve a participação humana nesse evento.

Em sendo assim, podemos ser culpados como, também, podemos ser só mais uma espécie vítima do que vier a ocorrer que poderá ser resultado do processo normal de evolução do planeta. De qualquer maneira, o que se vislumbra, não é animador. Mas, culpados ou não, algo certamente, deverá ser feito por nós, ao menos para protelar o desfecho, seja ele qual for. Mas, seria isto possível considerando as características da natureza humana?

Talvez, pois sinais de uma possível reação, já são encontrados em diversos setores da sociedade. Percebe-se que há uma grita geral em defesa do meio ambiente que hoje, aparece na mídia mundial em decorrência dos incêndios na Amazônia e o derrame de petróleo na costa brasileira, cumulada com a crise econômica que atinge o planeta o que provoca o crescimento do nacionalismo político e a salvaguarda dos interesses imediatos de cada país.

A instalação recente no Vaticano – 27-09-2019 -, do Sínodo da Amazônia ao qual assistem outros grupos religiosos, trará em breve, documento com as conclusões dessa reunião que mesmo não sendo absolutas em suas recomendações apontarão, certamente, resultados que abalarão o status quo ambiental e tudo que daí decorre.

Contudo, verifica-se grande resistência contra as iniciativas que visem a prevenir o desastre que se anuncia e esta vem dos governos que preferem deixar para o futuro o enfrentamento ao aquecimento que levará, como se teme, à desestabilização das calotas polares e à elevação dos níveis dos mares que poderá atingir as cidades costeiras e também o nível dos rios da Amazônia com grave risco à fauna e flora da região, pois é provável que, dada à força centrífuga da rotação do planeta incidente na região do equador, seja ali a maior concentração da elevação dos níveis aquáticos.

Personalidades de todas as áreas da ciência, vêm alertando para o momento a partir do qual virá tarde qualquer reação aos eventos anunciados, já que passado o “ponto de não retorno”, estimado em 40% de destruição do sistema ambiental, a evolução dos danos poderá vir a ser mais rápida do que os meios contrários aplicados. Por exemplo, o economista Jeffrey Sachs, diretor da Sustainable Development Solutions Network da ONU, entrevistado por Valor Econômico no dia 03 de outubro passado, defende a necessidade do “mundo vir a pagar pela preservação da Amazônia”, já que as consequências da eventual destruição da floresta poderiam ir da desertificação da região sudeste do Brasil que depende do regime de chuvas que vem do norte, à alteração do clima em todo o mundo. Diz ele que a recente oferta internacional de uns poucos milhões de dólares para ajudar no combate aos incêndios é menos que pouco, já que bilhões de dólares seriam mais próximos do que a região necessita. E como a defesa do clima afeta e interessa a todos os países, devem estes, igualmente, assumir a responsabilidade por sua defesa o que, por outro lado, não tem a ver com a soberania que o Brasil exerce sobre a região. A diferença é a de que o Brasil poderá manter a soberania sobre uma floresta ou sobre um deserto! De qualquer modo, a oferta de valor tão mínimo, é um exemplo do pouco interesse real dos países com o problema que atinge hoje, mas atingirá muito mais no futuro, o clima mundial com reflexos ainda não mensuráveis, contudo, perfeitamente imagináveis. E se o governo federal brasileiro não vier a ter, logo, uma ideia de crescimento sustentável, um programa de 10 anos, por exemplo, conclui o entrevistado: “eu diria que cientistas, ativistas, políticos e empresários deveriam se juntar e dizer: é isso o que o Brasil precisa!”.

Como se percebe, aos poucos, o número de defensores esclarecidos sobre as atitudes urgentemente necessárias, vem aumentando, porém, a inércia que movimenta a natureza, como já dito, talvez venha a ser mais insistente do que a reação aos danos que se venham a opor no futuro, pois o consenso indispensável para tornar efetiva tal reação, não parece despontar em qualquer horizonte para o qual se olhe. E o decurso do tempo prossegue: tic,tac,tic,tac…

INSTINTO TRIBAL

Por mais que o comportamento individual ou de grupos pareça previsível, há que se retornar um pouco à origem e história dos humanos para analisar que efeito o instinto tribal poderá ocasionar à proteção do ambiente.

Ainda que os países ou os órgãos internos de um país aparentem grande preocupação com as alterações do clima, não se percebe a possibilidade de consenso, pois sendo o clima preocupação de longo prazo, a política e o jogo de poder, são de curto prazo e não se vislumbra como conciliar ambos os focos, visto que as pessoas – agentes que decidem – parecem ser criadas para rejeitar as demais ou, no mínimo, para desconfiar delas.

O ser humano é gregário por natureza e assim não fosse, talvez nossa espécie não tivesse sobrevivido, pois somos fisicamente fracos. Isto, talvez, tenha gerado em nós um instinto tribal que nos permitiu enfrentar os obstáculos que se nos opuseram, a começar pelo da alimentação nos tempos em que éramos nômades, ou dos acidentes naturais quando passamos a nos fixar para a exploração do solo ou da domesticação de animais.

A tribo, por sua vez, exigiu um tipo de organização ainda verificável, mesmo nos grupos mais isolados e a disputa pela liderança nestes, desde logo, pode ter gerado a manipulação do poder e o egoísmo lhe inerente. Discute-se se essa estrutura piramidal existente nos grupos foi causa necessária à sobrevivência da espécie, ou foi mera consequência do ajuntamento dos indivíduos para sua própria proteção e interesse. De qualquer modo, pode-se dizer que é verdadeiro o fato de que o egoísmo e a disputa pelo poder, hoje, fazem parte de nossos genes e o altruísmo, quando encontrado, geralmente não passará de teoria com, talvez, alguns esboços de solidariedade que não se manterão no tempo e que de qualquer modo, estarão impregnados de interesses egoístas, mesmo que seja só  para mostrar superioridade em relação ao receptor dessa solidariedade.

É possível dizer que além dos grupos formados em eras primitivas, cuja finalidade era, principalmente, a de mantê-los vivos, outras motivações foram aparecendo após e hoje, podemos encontrar grupos formados por laços familiares, religião, cor da pele, preferências esportivas, educação, poder financeiro, classe social, etc., propiciando a que indivíduos participem de mais grupos, dependendo da aglutinação, ainda que temporária, de interesses seus aos de outros indivíduos.

A complexidade de se identificar, hoje, quem pertence a que grupo ou grupos, talvez tenha aumentado a dificuldade de se obter consenso para qualquer proposta que se venha a fazer. E se a submissão às regras climáticas, por tal motivo, for cada vez mais difícil, o que dizer de qualquer outra proposta que se venha a defender como, por exemplo, a de se alterar o conceito de lucro que, atualmente, beneficia somente uma pessoa ou um só grupo, qual seja, o detentor do capital?

Para entender a relação entre o sistema ambiental e o sistema econômico, é hora de dar um salto entre eles visto que ambos, ainda que aparentemente sistemas isolados, compõem um novo sistema conjunto, com novos reflexos sobre a ideia básica do meio ambiente.

Para isso, veja-se que Karl Marx, no século XIX, preocupado com as relações do trabalho com o capital, foi levado à conclusão de que a diferença entre o investimento em matérias primas, maquinário e outros e o preço – valor de uso – gerado na venda dos produtos, era “mais-valia”, ou seja, valor praticamente gerado do nada e que, portanto, deveria pertencer aos trabalhadores, pois sem o seu trabalho tal diferença não existiria. Hoje,  sabe-se que chegar a essa conclusão não é mais tão simples, já que o mercado criou vida própria e muitos outros fatores fazem parte da equação atual. E aí, quanto mais complexo o entendimento da relação capital/trabalho, que é relação entre humanos, mais difícil concluir sobre a possibilidade de virem estes a chegar a um consenso sobre qualquer assunto.

A RAZÃO E A EMOÇÃO

É dito, por outro lado, que o capitalismo tem por objetivo remunerar o capital investido, principalmente. Mas com o passar do tempo, ao menos desde 1776  (invenção da máquina a vapor, momento hoje identificado como o da indústria 1.0), tal fórmula forçou a acumulação do capital nas mãos de um pequeno grupo de pessoas ou entidades que detém a maior parte dos recursos em circulação ou investidos em negócios de todo gênero, criando um enorme desequilíbrio entre as classes sociais que fez com que teorias e revoluções surgissem em defesa da classe menos favorecida que reunia a maior parte da população do planeta. Obviamente, a defesa dessa classe pela forçada derrubada dos regimes instalados, pouco tinha de altruístico como a história demonstrou, porquanto o vazio deixado pela troca de poder logo era preenchido por ditadores, como visto a partir da revolução francesa com Napoleão Bonaparte, autoproclamando-se imperador.

De qualquer forma, há que se reconhecer que a distância entre as classes dominantes e dominadas diminuiu e pode-se presumir que há, proporcionalmente, menos pobres hoje do que os havia em séculos anteriores, pois a própria tecnologia proporcionou parte da solução.

Entretanto, o uso do capital continua sendo “selvagem” como definido pelos seus opositores, situação esta que parece muito difícil de ser mudada. Em artigo assinado por Simon Johnson, economista-chefe do FMI – Fundo Monetário Internacional – publicado no jornal Valor Econômico de 08/10/2019, p. A15, o tema é exposto com o título: “Como repensar o capitalismo”. Há preocupação generalizada sobre a constatação de que a economia, como conhecida até aqui, está findando seu ciclo. Comenta ele a proposição do Business Roundtable dos Estados Unidos, órgão que reúne executivos-chefes de grandes empresas, que defende que “as empresas deveriam dar mais peso ao bem-estar da comunidade de partes interessadas como um todo, incluindo trabalhadores, clientes e vizinhos, entre outros”. E mais: “os pontos de vista da Business Roundtable estão inseridos em uma tentativa mais ampla de repensar o capitalismo – o tópico do momento em cursos de alta notoriedade, como os da Harvard Business School e da Business University, entre outros”.

Finaliza o artigo dizendo que “o mercado não é necessariamente bom ou ruim. O que você obtém do capitalismo depende de como você o modela. Se você contar com pessoas ricas ou empresas já poderosas para tomar as principais decisões, você vai obter o que já tem – uma economia altamente desigual, propensa a crises, dirigindo impulsivamente rumo à catástrofe climática”.

Contudo, a conclusão do Business Rountable, embora revolucionária é, aparentemente, utópica, visto que contaria com a racionalidade e imparcialidade dos detentores do dinheiro e com sua sensibilidade e solidariedade, raramente encontradas nesse nível. Como dito antes, será mais provável que gestos em favor da comunidade sejam temporários, senão meramente esporádicos. Talvez devamos entender, primeiramente, como funciona a relação racional/emocional em nosso cérebro, fato este estudado por inúmeros neurologistas através dos tempos, podendo-se dizer que Renè Descartes, no século XVII, foi quem – pela primeira vez – organizou o reducionismo que defende a redução do todo em partes cada vez menores permitindo sua análise, ou seja, utilizando-se o  racionalismo que leva à crença “na existência de uma verdade absoluta, incontestável. Para atingi-la desenvolveu o método da dúvida, que consistia em questionar todas as ideias e teorias preexistentes.

Expõe quatro regras para se chegar ao conhecimento:

  1. Nada será verdadeiro até ser reconhecido como tal;
  2. Os problemas precisam ser analisados e resolvidos sistematicamente;
  3. As considerações devem partir do mais simples para o mais complexo;
  4. O processo deve ser revisto do começo ao fim para que nada importante seja omitido”.

Em contraposição à predominância do racional há inúmeros trabalhos que colocam a emoção como fator indispensável ao equilíbrio do racional na busca pela verdade. Um deles, realizado por Carlos Tomaz e Lilian G. Gingliano da Universidade de Brasília sobre o livro “O Erro de Descartes” de António Damasio, conclui:

“O Erro de Descartes” de António Damásio é um livro elegante, de uma leitura arrebatadora, que ilustra o fato de que as emoções são indispensáveis para a nossa vida racional. São as emoções que nos fazem únicos, é o nosso comportamento emocional que nos diferencia uns dos outros. A natureza e a extensão do nosso repertório de respostas emocionais não depende exclusivamente do nosso cérebro, mas da sua interação com o corpo, e das nossas próprias percepções do corpo. Como diz Damásio, o corpo representado no cérebro constitui-se num quadro de referência indispensável para os processos neurais que nós experienciamos como sendo a mente.

Neste ponto, o autor aponta alguns “erros” de Descartes – a separação entre a mente e o corpo. O que se passa no cérebro são operações mentais; isto influencia o corpo e vice-versa. Entende-se, portanto, o título do livro. A mente é fruto do cérebro contrapondo o dualismo cartesiano no qual a alma (razão pura) é independente do corpo e das emoções, e não ocupa lugar no espaço. Além disso, o método de estudo mecanicista proposto por Descartes é questionado. Damásio defende uma fusão do estudo neurobiológico com a investigação psicológica numa abordagem integrativa das emoções e da razão. Pesquisas subdividindo o fenômeno nas menores partes possíveis a fim de se compreender cada uma em separado, como propôs Descartes no seu livro “Discurso do Método”, não nos levariam a um entendimento completo e amplo da tomada de decisões ou de qualquer outro fenômeno.

O dualismo cartesiano tem influenciado o pensamento filosófico e a pesquisa científica, em particular a inteligência artificial. Segundo Damásio, a concepção de que a mente (entendida como processos cerebrais) é algo separado e/ou independente do corpo tem levado alguns pesquisadores a supor que serão capazes de compreender o que somos biologicamente através da simulação de processos biológicos com computadores que só possuem uma “mente”. Nesta abordagem não há espaço à ideia de um corpo modificável em certas circunstâncias que chamamos emoções e à apreciação do estado deste corpo e da mente durante as emoções. Apreciação esta a que Damásio se refere como os sentimentos.

Através da análise sistemática de casos clínicos e da experimentação neuropsicológica com animais de laboratório, António e sua esposa Hanna nos mostram como as emoções são indispensáveis na gênese e na expressão do comportamento. De acordo com Damásio, a interrelação entre as emoções e a razão remontam à história evolutiva dos seres vivos. Durante a evolução natural o estabelecimento de respostas comportamentais adaptativas são moldadas por processos emocionais e a escolha de respostas em determinadas situações reflete o uso da razão. Ou seja, o estabelecimento de repertórios adaptativos seriam moldados pelas emoções e a seleção de comportamentos no futuro determinados pela razão”.

Sendo assim, desde logo infere-se que para que o capitalismo venha a aceitar o aspecto da consideração devida aos “stakeholders”, ou aos atores circundantes ao resultado do capital investido, o racionalismo estrito do investidor teria de ser moldado pela emoção necessária ao tempero do racional pela compreensão do dever à comunidade e isto não será facilmente aceito, como se pode perceber, pois essa compreensão vai muito além do comportamento normal dos indivíduos.

As propostas isoladas no sentido do respeito à comunidade em que o capital atua   talvez venham a provocar a adesão de mais defensores a começar pela academia como verificado acima, e se tal acontecer, a definição de capital e da própria economia, cujo ciclo terá de encerrar-se com a inflexão para um novo ciclo, será revista e todos os conceitos inerentes, mudados.

Desde o início deste artigo, foi evidenciado que tudo deverá ser abordado pela visão sistêmica hoje já bastante comum em várias áreas. Portanto e para esclarecer um pouco mais tal abordagem, segue o comentário a um dos livros mais importantes dessa área.

VISÃO SISTÊMICA

A tentativa de definição do que acontece com a vida do planeta e dos indivíduos já tem defensores e, talvez, os mais importantes sejam Fritjof Capra e Pier Luigi Luisi que em 2014 publicaram The Systems View of Life (A Visão Sistêmica da Vida) em que concluem vivermos em uma “rede de eventos interconectados de forma não linear”, portanto, nada acontecerá sem que em algum lugar aconteça algo que faça retornar o equilíbrio da rede. Considerando-se que tal rede terá de ser esférica, pois tal é o universo, será possível imaginar e até prever, as consequências de cada evento.

Num dos aspectos abordados pelo livro é citada a teoria cartesiana que continua a ser seguida pelos economistas que não “reconhecem que a economia é, simplesmente, um aspecto de todo tecido ecológico e social. Negligenciam a interdependência ecológica e social, tratando todos os bens igualmente, desconsiderando as diversas formas em que tais bens se relacionam com o restante do mundo, reduzindo, assim, todos os valores à simples  produção de lucro privado.” (…) Agora é tempo de se reconhecer os defeitos da teoria-padrão e da estreiteza dos fundamentos de mercado. Demanda-se uma revolução  no pensamento econômico, assim como no seu ensino. Em muitos aspectos significa voltar ao solo – terra – em que a economia nasceu. (…) Conforme seguimos para o século XXI, transcender a visão mecanística das organizações, será tão crítica para a sobrevivência dos seres humanos como transcender a concepção mecanística da saúde, da economia ou da biotecnologia.”

Por onde quer que se olhe o problema da sobrevivência humana neste planeta, a visão sistêmica da vida aflorará, mostrando o abismo que se aproxima se algo não for feito para mudar a concepção vigente sobre como explorar a natureza de forma a não destruí-la. E há ou terá de haver formas de fazê-lo, pois do contrário, o futuro não será administrável. E o primeiro ponto a ser examinado, parece ser o da economia, porquanto é esta que exige a produção constante e cada vez mais rápida para que o lucro possa ser criado para a alegria dos investidores, ou dos donos do capital. Para tanto, o consumo tem de ser ampliado sem limites, embora, todos saibam, ou deveriam saber, que nosso planeta é limitado!

Por isso mesmo, a economia deveria ser circular, ou seja, que nenhuma sobra de material na produção de artigos de consumo, fosse descartada na natureza, pois Antoine Lavoisier, químico francês,  já ensinava no século XVIII que “nada se cria e nada se perde; tudo se transforma”. Foi ele, talvez, um dos primeiros a ter e defender, uma visão sistêmica do mundo. O descarte de materiais polui e passa a ser um passivo debitado à comunidade, quer dizer, um custo da produção que não é assumido pelo capital. Portanto, a logística reversa deveria tomar o lugar do descarte. Contudo, o novo enfoque da economia, ainda que necessário, poderia gerar um novo sistema econômico?

NOVA ECONOMIA POSSÍVEL

Considerando os argumentos despendidos até aqui, que feição teria uma nova economia viável?

Provavelmente, dever-se-ia começar por nova conceituação dos termos econômicos vigentes em que se baseiam as teorias defendidas pelos economistas. Por exemplo, a expressão PIB – produto interno bruto –, segundo o Dicionário de Economia (Abril Cultural- ed. 1985), “refere-se ao valor agregado de todos os bens e serviços finais produzidos dentro do território econômico do país, independentemente, da nacionalidade dos proprietários das unidades produtoras”. Presume-se dessa definição que os dados da produção serão retirados dos balanços das empresas produtoras. Mas, estariam os balanços corretamente apresentados? Tudo indica que não, a começar pela apuração do resultado que não inclui os custos ambientais que são transferidos para a comunidade que os pagará pelos impostos a que estiver sujeita, ou herdará os danos que a poluição do ar e da água causarão a cada indivíduo. O mesmo acontece com os prejuízos, cujo montante é retirado da “poupança social”, anteriormente acumulada.

Por séculos os balanços, conforme Luca Pacioli, – criador das partidas dobradas no século XV – eram tidos como o espelho do patrimônio da empresa e seus números eram considerados verdadeiros. Todavia, talvez por terem a visão embaçada pela inflação, principalmente no Brasil, contadores, economistas e os próprios empresários, não consideravam que cada balanço só continha o somatório de números históricos da empresa, estes afetados pelos fatos da vida empresarial que diferia – como ainda difere – da vida das demais empresas. Pode-se dizer, por isto mesmo, que não haveria dois balanços que se pudessem comparar pelos mesmos critérios. Mais recentemente, porém, o Pronunciamento Técnico CPC 46 – Código de Procedimentos Contábeis – determinou que os balanços fossem equiparados pelo seu ajustamento ao valor de mercado, ou seja, valor pelo qual ativos pudessem ser vendidos e passivos pudessem ser corretamente avaliados. Isto, já em vigor, trouxe correção para que o espelho da situação patrimonial das empresas obedecesse ao mesmo critério de apresentação, permitindo então, ser comparável aos demais.

Mas, mesmo antes de se pensar em ajustar os números dos balanços empresariais, já se observava a preocupação em traduzir corretamente a posição líquida de um balanço, principalmente, nos casos de valoração das empresas, por exemplo, quando da venda, incorporação, fusão ou cisão de patrimônios. Nessa apuração, sempre se levou em conta os valores ajustados e mais, principalmente, os passivos ocultos, com destaque para os tributários, de pessoal e ambientais. Presume-se, desde logo, que a feição de tais balanços teria outros contornos após tais ajustes, vez por outra, redundando em patrimônio líquido negativo. Então, poder-se-ia dizer que para um efeito – interesse direto dos capitalistas – os números eram uns e para a comunidade ou a sociedade civil, eram outros, estes de todo mentirosos!

Contudo, sejam lucros ou mais valia, correta ou incorretamente apresentados pelos balanços, o seu valor real comporá a poupança social, como aqui dito e defendido. Essa poupança é o somatório dos lucros acumulados – sobras de capital – que servirá para sustentar a população que não produz, mas que consome: idosos, deficientes de todos os tipos e crianças. Assim, sempre que a seu montante for debitado um prejuízo que será ainda elevado pela diferença entre o valor histórico e o ajustado dos balanços, além de custos não constantes do balanço das empresas como e, principalmente, os ambientais, a poupança social sofrerá redução em prejuízo à comunidade. Só que esta não está avisada disto e, certamente, não o será!

Por outro lado, a exemplo, a EBITDA – lucros antes dos impostos, juros, depreciação e amortização – também tem sido mal calculada, pois o lucro que compõe a fórmula, deveria ser o lucro realmente líquido, após a dedução dos custos ambientais, normalmente escondidos e automaticamente transferidos aos que não detém o capital. Além de ser situação injusta, aprofunda a distância entre as classes com capital e as sem tal recurso. Segundo artigo de Edward Luce do Financial Times, publicado pelo jornal Valor Econômico em 11.10.2019 p.A16, hoje nos EEUU, 0,1%, ou seja, o topo da pirâmide social, possui o mesmo que 90% localizados na parte inferior da mesma pirâmide.  E na China, diz, é ainda pior. No Brasil, por sua vez, diz o IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – que a renda per capita de 1% dos mais ricos, corresponde a 34 vezes a da metade mais pobre do país que tem 54.8 milhões de pessoas vivendo com menos de R$ 406,00 por mês e 10% da população concentrando 43,3% da riqueza nacional (!). Não seria isto uma bomba-relógio prestes a explodir e sobre a qual estamos sentados?

Sem dúvida, enquanto o PIB continuar iludindo pessoas e países, todos viverão sonho impossível e que tem data marcada para acabar. Se houvesse vontade política de parte dos capitalistas, deveriam estes começar pela revisão das técnicas contábeis que se refletem nos balanços para torná-los reais, possibilitando a implantação da economia circular – lembremo-nos: nada se cria, nada se perde; tudo se transforma – que, daí em diante, pautaria a apuração dos índices econômicos com muito mais acurácia do que se observa atualmente, refletindo na aqui proposta “poupança social”.

DESIGUALDADE SOCIAL

Mas a falta de uma perfeita e transparente apresentação dessa poupança social pelos motivos econômicos antes comentados, leva a diversos movimentos no mundo tendentes a analisar a desigualdade que poderia ser subdividida em ramos como a educação, renda, cultura e outras formas de diferenciar os diversos níveis da pirâmide social. O sociólogo e economista Marcelo Medeiros entrevistado pelo jornal Valor Econômico do dia 18 de outubro p. A7, diz estar em alta a desigualdade e que é preciso atacar o problema em muitas frentes, posto que a causa está em um conjunto de inúmeras variáveis e que, secundado por Marta Arretche, titular do depto. de Ciência Política da USP, diz não observar movimentos de parte do governo sobre o tema. Isto deveria ser prioritário entre as políticas públicas, mas não é o que se percebe. O aparente descaso dos governantes com a amplificação do vácuo que medeia as classes extremas da pirâmide social, poderá por em risco o suporte à democracia, levando o país à extrema esquerda ou direita, porquanto algum “salvador da pátria “ aparecerá para preencher o vácuo, pela manipulação ou pela força. Especialistas ainda são cautelosos em fazer uma relação direta entre a desigualdade – e seu aumento – e a ameaça à democracia, contudo, os sinais estão aí. E conclui Medeiros que “no Brasil, a situação é mais complexa num cenário de devastação do sistema partidário”, como observado pelas crises recentes.

Por outro lado, a recente escolha de Esther Duflo, Michael Kremes e Abhijit Banerjee para o prêmio Nobel de Economia de 2019, mostra que a desigualdade vem preocupando o mundo inteiro, pois é comparável a um elástico que se estende sem parar, mostrando estar próximo o ponto de ruptura, cujas consequências são imprevisíveis, mas mesmo assim, assustadoramente imagináveis!

Também, o fórum de Davos focou o tema neste ano, destacando em seu relatório global de competitividade que “nos últimos 40 anos países adotaram liberalismo, globalização e novas tecnologias sem dar suficiente atenção aos impactos negativos sobre os trabalhadores e distribuição de renda.” Nesse estudo o Forum mencionou 198 vezes o termo desigualdade em 600 páginas, citando que o fenômeno aparece tanto nos países ricos quanto nos emergentes.

NOVA ECONOMIA?

Nas linhas anteriores deste trabalho, foram mostrados aspectos do contexto de nossa “rede de eventos interconectados”, ressalvando-se que muitos outros eventos poderiam ser citados, mas que não caberiam na extensão desta análise. Todavia, com tais dados já se pode vislumbrar o que poderia mudar para que uma nova economia – mais justa – seja implementada sem destruir o que de bom já foi feito.

Verifica-se pelo exposto, que algumas bases do sistema vigente devem e podem ser mudadas sem se deflagrar uma revolução sangrenta e isto será apontado a seguir:

Há esperança para o meio ambiente?

Analisou-se acima a possibilidade de virem as pessoas a ser mais conscientes em relação à sua responsabilidade no uso e proteção da natureza para que futuras gerações dela possam usufruir. Mas o resultado dessa análise deixou, aparentemente, claro que o egoísmo é inerente à preservação da espécie e que interesses pessoais ou grupais impor-se-ão para que a natureza lhes forneça riqueza da forma mais rápida possível, ou seja, antes que seus concorrentes tomem a dianteira nesse sentido!

Isso foi analisado pela consultoria britânica Kantar (Revista  Exame edição 1195 de 16.10.219, p.67) que concluiu ser o Chile o país com maior concentração da preocupação ambiental, com 37% dos pesquisados. Por outro lado, países ricos como Áustria, Alemanha, Rino Unido Suécia, Bélgica, Dinamarca, mostram diminuição do interesse no tema, chegando a 19% somente. O Brasil, por seu turno, demonstrou somente 6% de preocupação para reduzir o impacto do consumo, ou seja, o prejuízo ambiental que tal consumo provoca.

Parece que o longo prazo não vem à mente dos seres humanos, comprovando, uma vez mais, que cada um quer, mais rapidamente que os demais, predar a natureza para garantir a vantagem que de outra forma, poderia ficar para as restantes pessoas. Mas, se é tão difícil contar com a racionalidade dos humanos, estaria o planeta condenado?

Educação

Dois caminhos parecem disputar o futuro: a conscientização voluntária ou forçada quanto aos riscos que o mundo corre de virem todos os seus rios, por exemplo, a se transformar numa cópia do rio Tietê que cruza a cidade de São Paulo com seu pastoso fluxo, ou conseguir que os Estados – que se compõem de pessoas – venham a obter tal resultado por outros meios, ou como segundo caminho, aguardarmos o desastre final para, só então, virem as pessoas a tomar alguma atitude corretiva.

A educação seria o caminho mais racional para fazer com que cada indivíduo chegasse à conclusão de que é responsável, sim, pela proteção da natureza, mas isto de qualquer forma, seria um programa, cuja execução demandaria duas gerações, no mínimo. E países mais do que evoluídos como a Suécia, cuja preocupação de acordo com a consultoria Kantar, é de 21% e a Dinamarca, com 19%, já demonstraram que a educação que nesses países é exemplar, sozinha não é solução.

Contudo,  como na economia o ciclo conhecido está se findando, na educação parece que já se findou e o que vigora nas escolas e universidades, hoje, em grande parte já não corresponde à necessidade da sociedade. E por que é assim?

Neste mês de outubro a Globo News entrevistou o Sr. Andreas Schleicher, alemão, que organizou o PISA – Programa Internacional de Avaliação de Alunos – que tocou num ponto importante para a compreensão do que está ocorrendo. Disse ele ter  constatado que os professores estão ensinando da maneira como aprenderam no passado quanto ao método e conteúdo, enquanto que a realidade já está em outro patamar – futuro -, qual seja, ao invés de aprendermos para relembrar o passado, deveríamos aprender para viver no futuro. Mas, como o professor poderia ensinar para o futuro se ele só tem condições de ensinar para o passado?

Ninguém tem dúvidas de que o ensino é necessário e que todos os indivíduos deveriam estar estudando permanentemente, mesmo que de tais estudos não se obtenham diplomas ou certificados, pois sabe-se que estes já vem sendo dispensados pelos empregadores que preferem testar o conhecimento do candidato do que consultar atestados, certificados, diplomas que, no fundo, pouco dizem da pessoa. Portanto, não havendo condições para ensinar para o futuro, o que resta é ensinar a aprender. E o que seria isto?

Cada indivíduo tem condições diferentes das dos outros, porquanto depende da forma em que foi educado em casa a partir de seu nascimento, mas algumas condições são comuns a todos, ao menos até o fim da infância: curiosidade e imaginação. Assim, a criança deveria ter seus instintos de busca, comparação e imaginação, desenvolvidos pelos estímulos domésticos e de seus professores a partir da creche, mas o que acontece é que a sociedade tenta embotar tais características, padronizando a criança ao modelo das demais, de forma aceitável para a sociedade. Se possível, manter e desenvolver, doravante, a curiosidade e imaginação nos jovens, a forma de organizá-las e utilizá-las para o aprendizado  pela aplicação da dialética que por via da tese e antítese chegará à conclusão que, imediatamente, se transformará em nova tese, mantendo esse fluxo para sempre. O que for aprendido assim, permanecerá como verdade transitória provocando na pessoa a busca permanente de atualização dessa verdade. Mas, o “x” da questão, será treinar os professores para que ensinem seus alunos ou orientandos, a aplicar a fórmula citada. Esse processo durará, no mínimo duas gerações até que produza resultados palpáveis, contudo, se não for logo iniciado, demorará ainda mais.

Índices econômicos

Conforme descrito anteriormente, os fatores que compõem a fórmula de cálculo do PIB estão viciados por erros de definição, principalmente, no tangente aos números que vêm dos balanços ou informações deles decorrentes. Os balanços, por sua vez, já ajustados, em parte, pelo Procedimento Técnico CPC 46, necessitam ainda  considerar os danos ambientais causados pelas mesmas empresas aplicando a logística reversa a seu processo produtivo, o que dará, certamente, uma diferente feição a seus balanços com consequências, talvez até negativas, à cotação de suas ações em Bolsa. De qualquer modo, um dia isto terá de ser feito!

SITUAÇÃO SOCIAL

A elevação do risco ambiental, assim como o econômico, está começando a aparecer nas revoltas populares, geralmente, sem motivo aparente, mas porque a causa já vem fermentando na mente das pessoas há muitos anos. Os exemplos atuais da Espanha, Líbano, Peru, Equador e mais recentemente a Argentina e o Chile, são sinais evidentes de que o caldeirão está prestes a explodir, se dele não for liberado o vapor excedente.

Então, é possível afirmar que, juntamente com o problema ambiental que vem afetando as pessoas e por vezes, aumentado a pobreza, o aspecto econômico forma um binômio desastroso, cuja solução demanda ataque a ambas as frentes, conjuntamente. Contudo, considerar ambas as frentes como um único problema complexo, tornaria ainda mais difícil o enfrentamento. Por isto, talvez, vem-se observando atitudes num determinado setor, na esperança de que outras pessoas, cientistas ou não, ataquem outros setores para que, no final, a solução seja total.

EDUCAÇÃO

Ainda sobre a educação, pode ser dito que esta é a área que mais tem movimentado iniciativas, ao menos de acordo com a mídia, é a educação. Mesmo escolas de administração já vêm incluindo em seus currículos, a sustentabilidade e questões sociais. A respeito, diz Gillian Tett editora especial (Valor Econômico de 22.10.2019 p.A13), que “questões ambientais, sociais e governança, agora são fatores tão preponderantes que muitos líderes de empresas e especialistas de faculdades de administração, passaram a vê-las como um conceito básico de administração de risco.”

Então, a questão ambiental ou de sustentabilidade e a economia estão se fundindo de forma tal que no futuro os balanços das empresas terão que apresentar resultados que considerem os danos ambientais como custos ou passivos, dependendo do tipo de atividade. Se custos, o lucro líquido será diretamente reduzido na apuração do resultado e se passivo, o compromisso de reparação da natureza ou sua indenização, constará como tal no balanço.

Disso ter-se-á, desde logo, maior transparência dos fundamentos da “poupança social” e para que servirá junto à comunidade ou sociedade civil.

CONCLUSÃO

A  viagem efetuada por este artigo passando por inúmeros sistemas, obviamente interligados, deixa-nos o seguinte quadro para que sobre ele se medite e se atue, efetivamente, na busca de soluções:

  1. O risco ambiental é uma realidade por todos reconhecida, mas por poucos atacada.
  2. Do ponto de vista racional, a obtenção de consenso para, em conjunto, chegar-se a programas que amenizem a evolução do desastre anunciado é difícil, porquanto as pessoas raciocinam em causa própria e o longo prazo geralmente, não consta como prioridade.
  3. A visão sistêmica das áreas conectadas – ambiente e economia e educação – mostra que também na economia há falhas que necessitam ser corrigidas para que balanços possam mostrar a realidade dos fatos e o valor correto levado à “poupança social”. E os danos ambientais são, por demais, relevantes para que se chegue a lucros líquidos verdadeiros, mesmo que haja efeitos prejudicais na Bolsa com a queda dos valores das  ações.
  4. De uma forma ou outra, a educação, como sistema auxiliar, também precisa ser remodelada para que tenha foco no futuro, com tudo que isto possa representar.
  5. A distribuição dos lucros deveria ter maior tributação do que os lucros mantidos nas empresas, pois assim haveria menos estímulo à distribuição e, por consequência, mais investimento na geração da poupança social.
  6. Por todas as formas deveria ser evitado que os prejuízos fossem socializados enquanto que os lucros são individualizados.
  7. A sociedade civil também deveria participar da geração da poupança social não desperdiçando  a riqueza do planeta.
  8. Os Estados deveriam assumir, realmente, o financiamento da saúde, segurança e da pesquisa, mediante bolsas com o encargo do bolsista ter de prestar serviços por dois anos ao país, após formado, para repor à poupança social o financiamento recebido.
  9. Além do analisado por este trabalho, o risco social, cujos efeitos já afloram em vários países, alguns com sangue nas ruas, deveria ser reconhecido por todos como sinal mais do que evidente que o estopim dessa bomba já está aceso e a explosão só dependerá do seu comprimento que desconhecemos. Como dito no início, o tempo continua sinalizando tic,tac,tic,tac…
  10. Por último, o esperado amadurecimento individual das pessoas, ainda que difícil, deve ser desejado e cada um, na medida de suas possibilidades, deveria investir tempo na educação dos jovens a seu alcance para gerar – oxalá – um efeito multiplicador que os torne mais conscientes do seu entorno e hajam para mantê-lo saudável.

A esperança é que dever-nos-á  manter alerta e o somatório das ações individuais e dos grupos, para tanto formados, é que poderão mostrar resultados, inclusive, ideias adicionais ao que aqui foi abordado. Se isto não for suficiente, a história contará o resultado a quem tiver sobrado…

Wilmar Eppinger

Advogado – OAB-PR 2717

wilmar@gahauer.com.br

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